Há poucos dias, o amigo amante de imagens Marcus Veras de Farias falou de sua interação fotográfica com um colibri impaciente, como, aliás, são todos... E eu lhe confessei minha frustração, nas visitas de um deles, com o resultado das fotos que tentei fazer.
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Colibri paquera na janela - Foto: Guina Araújo Ramos, 2022 |
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Beija-flor no galho - Foto: Guina Araújo Ramos, 2022 |
Eis que neste fim de semana ouço da minha companheira de observações: "veja quem está ali na grade da janela"... Ora, um passarinho. Eu, fiel às oportunidades, busquei a câmera e comecei a fotografar. Mas, logo percebi o bico insolente, confirmando se tratar do meu já acostumado colibri dos beijos em flor.
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Colibri em close - Foto: Guina Araújo Ramos, 2022 |
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Beija-flor na vertical - Foto: Guina Araújo Ramos, 2022 |
Certamente estava me
fazendo, na linguagem de penas e bico, um irônico desafio: entendi que de
repente voaria e flutuando beijaria flores, e queria ver se eu faria uma foto
decente, duvidava mesmo!
Beija-flor beija flor - Foto: Guina Araújo Ramos, 2022 |
Tudo bem, certas perdas, ainda que perdas, podem ser prazerosas, se não são para sempre, acho... Colibri ou beija-flor, ele ou ela (nem pela palavra sei o gênero), que me espere: aguardarei, câmera em punho, a sua volta. Se o namoro começou, vale mais o arrepio do encontro do que o desejado resultado ideal.
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Reconsideração cabível: talvez, afinal, não queira nada comigo, não seja namoro de compromisso, devendo ter (como eu também) outro relacionamento.
Desconfio agora que queira apenas me estimular a que lhe faça uma bela foto (ah, vaidade!), mesmo que jamais a veja, daquelas de que se orgulhará. E de que eu, na parede ou nas redes, também...